Vidas Passadas
O filme traz uma história criativa e bem elaborada, mesmo não sendo complexa. Também faz um bom trabalho com a edição, ditando o ritmo e o passar do tempo na história. Ele apresenta bons diálogos e planos e movimentos de câmera. Trabalha muito bem com poucos personagens e, ao meu ver, transforma as cidades envolvidas na trama em personagens secundários, como elementos muito importantes.
A principal questão é a aposta na sensibilização com toda essa história carregada da vida dos dois principais, fazendo com que a aposta seja mais alta que o resultado. A resolução e as reflexões finais são interessantes da forma que são feitas, visto que não é fácil resolver uma história que se desenhou tão sensível quanto essa.
O filme faz com que os personagens sejam mecanismos para trabalhar as diferenças culturais. Isso fica muito claro com a barreira linguística entre eles, mas como a insegurança é posta no meio dessa confusão toda.
Só posso avaliar pelo EU que vi e senti. Na mesma sessão, outras pessoas saíram aos prantos e até comentaram com amigos sobre o filme ser uma “porrada”. Não foi esse meu sentimento. Talvez seja eu o amargurado e que precise arrumar um amor na vida, mas acho que até lá, ou até depois disso, o filme não terá o mesmo significado para mim do que para outros.
É um acerto da diretora e roteirista Celine Song apoiar a tensão do filme na relação entre os dois amores de infância e o marido atual da personagem principal, principalmente porque toda a trajetória dos três é muito bem contada. Mas não atinge um pico emocional que dialogue com todos da audiência. Por ser uma ficção contada, não parece ser tão impactante para todas os tipos de pessoas, tenham elas vivido aquilo, algo próximo disso ou nada parecido.
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